te a-guardo 
escuro ardo
no quarto alado

aguardente
te guardando
me em chama me



como é a sua casa? como você dorme? o que você gosta de comer? você escuta música logo ao acordar? você diz eu te amo sempre? você se sente amado? você acha que morar junto é um tédio muitas vezes? você fuma? você tem congelados na geladeira? você tem preguiça de quê? você está feliz hoje? o que é felicidade pra você? é duro envelhecer? se você pudesse, estaria aonde agora? você tem medo de enlouquecer? você bebe muito? se vc pudesse, mudaria o quê? e no seu melhor amigo? vc sente saudade de algum amor do passado? você chora muito? você conversa com plantas? qual a sua porcaria de comer preferida? você se engana? você engana os outros? qual o tamanho da sua culpa? e da sua vontade? o que você pediu nos cílios? você teme o futuro? você teve uma infância tranquila? você quer ter filhos? você se imagina velhinho? qual o livro da sua vida? o que te faz perder o humor? o que te faz rir sempre? o que te causa inveja? onde você se sente que "aqui é o meu lugar"? você sabe quado um amor chegou ao fim? é difícil dizer adeus? você perde a hora? você se sente sozinho? você prefere o caetano ou o chico? ou nenhum dos dois? qual o melhor show que você foi? e a viagem inesquecível? você é um sonhador? você já roubou algo de alguém? quando se sente injustiçado? o que te deixa envergonhado? o que você jamais faria? você conversa sozinho? você sente que sua mãe te amou? o que é o amor? você prefere amar ou viver apaixonadamente? qual o teu maior sofrimento até hoje? e a hora do dia que você se sente cansado, é sempre a mesma? quem te irrita profundamente? o que é profundamente? você se acomodou? você se incomodou? qual seria sua pergunta? já caiu do cavalo? ainda anda de bicicleta? tem medo do escuro? quando sente dor de cabeça, toma algum remédio ou espera passar? você acredita no projeto que está envolvido? você está envolvido em algo? o que te envolve? do que você é feito? você é um ou são milhares? o que você faria com um milhão? você acredita em quê? você tem fome de quê? isso tudo é um sonho? o que vc consegue controlar na sua vida? a sua vida faz sentido? onde você está agora?






























- chuva fina no seu parabrisa

- e o céu se abre

- é o que eu te desejo

- me deseje sol- idão

- as pessoas sólidão prazer
- o prazer é todo nosso

- obrigado e volte sempre



minhas mãos passeiam pelos meus lábios
enquanto leio o que você escreve



é um apelo sedutor
toda são paulo de olhos fechados



22 jan- dom,12h44





pela boca seda 

































pela pele rima
pelos pêlos sede


21 jan, sábado - 9h05




enquanto isso minha guitarra
suavemente chora









quarta onze da noite do dia dezoito de janeiro de dois mil e doze

sua carta chegou como uma ventania: eu estava organizando os papéis em cima da mesa, umas contas para pagar, uns livros para ler, caixinhas de remédio, copo de água e uma xícara de chá gelado com o resto da erva doce já seca no copo. sua carta chegou, como uma ventania, largada na minha frente, fazendo os papéis voarem. fiquei idiota.  e confesso que até então eu nunca tinha acreditado na sua existência. sua carta chegou. envelove. post-it all. amarelinha, jogos de armar. mas essas coisas costumam acontecer. são as surpresas da vida, que mais parece um sonho. mas não. "viver é que é inacreditável." 


então o que nos resta é continuar. in a-cre-di-tan-do na vida. mas tudo parece tão rápido por aqui, por esses lados, como a ventania que te trouxe. meses já. anos? dourados. mas nem sempre. devagar é bom, viver devagarinho deve ser, saboreando, entrevivendo, desejando, chorando de mansinho, andando a passinhos tartarugísticos e atentos, sorrindo a cada dente, boca e lábios, te aguardente aos golinhos. avançando, recuando - tirando das coisas que nos rodeiam os melhores detalhes, todos os sabores, nem mais pra trás, nem pra frentex. no momento exato. e laiá. exatidão. ali passava boi, passava boiada. isso é que deve ser viver. 


viver é uma questão de paciência
estar à toa na vida, pra ver a toada passar.
18 jan - 23h








são paulo, 11 de janeiro de 2012          
,que essa prática de trocas de cartas tem sido a maneira que eu posso agora da melhor forma e sem medo distintar e destrinchar meus sentimentos porque na vida-dia-a-dia-hora-a-hora me sinto adentrada na concha das esperas das costuras de retalhos, colchas firmes tecendo um fio do passado, presente e futuro, linha do tempo. minha criança ferida-aberta. não dá mais pra esconder. no olho-a-olho sinto fu-maçã em pó areiada e uma voz que diz menos do que-quer, sair de lá de dentro leão marinho das trevas, travado. urrar. que nosso encontro é rreal, e no reall ele não suporta tudo que eu penso, sinto e tenho de amor por ti. que assim seja, que é o que temos pra hoje mas calada da noite, calada não ficarei. me vejo num ritmo de silêncio, te vejo num ritmo de botar os culhões lindos todos pra fora e não consigo me aproximar
mas teolho de longe meolho de longe também com vontade de brincar mais com você
mas os brutos-diferentes também amam


cada um do seu modo                            

`as pedradas, pedro

e no meio do caminho
há uma pedra 
a pedra sou eu

escudo-me já mecanso
livrai-me daspedras

senhor, 
essa pedra sou eu?
faz bater e furar,
preço-te assim




se tanto bate há de haver um revertério
10 de jan, terça-feira 16h14



são paulo, 10 de janeiro de 2012       
















minas de ouro
tesouros
tesudas
tantos "t" pra tes definir


aberta a temporada de diários 2012,
momentos de desabafos nos bafos dessa sp abafada

mas chove lá fora
e faz tanto frio aqui dentro

um banho de mar 

uma virada de ano
anão ah, não foi
suficiente
pra me limpar das cracas todas que carreguei nesse ultimo mês
ou meses. ou não
ou da capa que abriu nessa caixa de pandora cheia de dores
que se partam os pactos e processos
regressos me sinto regredindo
só isso

fechada para viver a abertura desse amor
que é com vocês
pra vocês
de vocês
de mim pra nósotras

sem porão, com poros sim - excu-dada
meu cu,
escudo que dura

help, i need somebody

é só pra tentar entender
o movimento das ondas que batem por aqui
mas continuo não entendendo

mas quero-las perto preciosas de mi.
mesmo não podendo abrir os meus braços que de tão flexíveis
infelizes se encontram cruzados

rogo paciência
 gozos futuros virão

porque fé não me perca.

m: te queria mais perto, e meu querer não me faz presente, só se sente aqui e sem saber expressar! dói.
t: obrigada por mansinha se aproximar, e eu desabafar as mesmas ladainhas de sempre, me canso só de lembrar como fico na mesma nota desafinada
t: aval na canga e travesseiro do mar, conversas a beira!
j: ai  quero gritar "tá maravilhoso" mas tá preso prego na garganta.
j: espelho,espelho-meu, existe alguém mais bela que você?
p: seus peitos direitos, me inclino e rapte-me camaleoa
a: saí do banheiro de lágrimas direto pro e-mail, ..além.
 


mas cada mil-lágrimas nasce um milagre


recebam esse meu amor esquizofrênico, porque ao vivo e as lindas cores que saem de ti(s)
empedreço
viro pedra
bruta
e burra.

eu amo vocês
 
e quero abrir
os caminhos
que me levam
pra perto profundo
e verticalmente
de cada uma,
terça-feira -  17h03



há de brilhar mais uma vez 

o peso
da curiosidade
uma saudade que eu nem sei
de onde vem, vai
barquinhos no cais

a leveza
essa beleza
cheia de caras e bocas
suas

luasocas
medeixasloucas
cacos & ecos

me chama s eus
olhos são
labirintos tantos
dragões no céu
méu déus
ressu citando a mim
meu gato mia,
miau

pois 1 tigre
trago
preso na garganta
e é agora.

traga-me
inteira
no gargalo de presente
e é agora.

pres sinto Au sência
sem tir

ir sim
plesmente, 
omar me espera
26 dez - segunda







aquela canção do roberto
a voz da gal no ouvido logo cedo,
mansidão é mais
um iê-iê-iê romântico
brilha entre as nuvens
já é natall
acordar algumas notas
um amor que já me fez chorar
epilético love
ian curtis
nada será ruim
descanse em paz
lennon também
nossos heróis morreram de,
tanta vida, verão
24 dez, 12h33

  






quinze de setembro de 79 foi um dia mágico


agora eu quero escrever de mim pra mim que o mim anda em algum lugar que não é nem só nem dó, dó não tenho não, sim, são escolhas que se faz sozinha sempre é a solução mas felicidade nunca foi o tema da dissertação talvez prazer ou então coragem que é tão necessária para qualquer passo dado em cima do muro eu vejo a vida mais farta e clara mas se estivesse claro eu não estaria no escuro, sozinha, agora, presente. mas  o futuro a deus não pertence, pertence a nós. nozinhos, sozinhos, seis horas - meu estômago sente os efeitos das horas e chás de sálvia, esperas por palavras, palavras que saem, e só palavras não me bastam. eu quero mais, vem. cantar pra mim que eu danço pra você. é isso, quero viver, quero morrer. não te deixo ir, não.
23 dez 6h41, sexta



abre parênteses:

No famoso prefácio a sua peça Senhorita Júlia (1888), Strindberg escreveu que “o ‘vício’ tem um reverso que muito se assemelha à virtude”. É um pensamento insuportável num mundo de certezas perdidas como o nosso. Queremos crer, desesperadamente, que o vício seja mesmo o oposto da virtude. Queremos uma tábua de salvação. Vemos o vício em toda parte, onde ele não devia estar, e já não sabemos como combatê-lo. O pensamento de Strindberg sobre a semelhança dos opostos é essencial para a compreensão da peça. Mas nós queremos poder voltar a acreditar em alguma coisa 

fecha parênteses.



ação 11
a caminho do harém

harém, muito harém
harém-krishna
além cri-china
rare-rarefeito
raro feitio
orar
ad orar
é o que resta a fazer oras
crer
REC
ou REC usar
usar o REC
gravar
`a gravante situacion
Ad ream
Ad reason
Ad Vertisement
Adstreamin
In louqueseamin
Inlou quece a dor
lá- si- dó, sól
lasivo-sol
lascivo-sol
lacinho no sol
curtininha na areia

"Não tenho mais nada para perguntar."
- "Bom, que maravilha"
"Tem alguma coisa a acrescentar?"
-" Não, não consigo pensar em nada positivo e agradável para conquistar os seus leitores" 
20 dez - 7h39






 frágil. e quase exposto.
16 dez, sexta- 16h33



  ação 11

.or-ai, me ir-mãos em mãos, ardes.
estado: desator-doada.
21h05 - 14 de nov















rindo indo do rio pra terra sei que lá



onde ouve chuva
da janela-ela ouve
houvidos
ismos
tantos!
tontos, né?
todos!
dadá janela
dadá jájá nela lateral
perdi as estribeiras
um pouco bêbada
dá vertigem esse brinquedo
não é brinquedo não
brin-quedas
saltos!
alto ou baixo?
alto pra sair, baixo pra andar
descalça
des
-esperança em quê?
esperânsia
an seios
humm seios













2 seios

re-seios















































não sei
não seios
.........ei de sermos?




...............................................................................................................doisem1
#papo pro ar 


noteuchevrolet
                            me perder 
 nohotel chevalier 


                                  

NO TEU DESERTO

A SEDE É ÁGUA

OU GEOFRAFIA


















D E S I R E

DES PERTO

DE 
 LONGE

D E S E R T O
























"A man, a woman and a dog take turns donning wings in this 1966 experimental film that both mocks and embodies the spirit of its decade. Featuring music and an uncredited appearance by Leonard Cohen".
Short film directed by Derek May 

6 dezembro, terça - 9h16



luz de luto
nada ou tudo

sim e não
talvez mudo

dá-me tua mão
venda'qui
 3 de dez, sáb- 23h17



esse é pra você

lembrei de um livro. lembrei que esse livro é do Sponville, que foi uma das nossas primeiras identificações.
lembrei de você quando cheguei em casa. e quando cheguei em casa, me sentindo tão sozinha, eu vi. eu vi a foto que você contou pelo celular. e vi a foto e o texto do rilke, e vi essa solidão toda. e a chuva caiu fina depois de um dia tão quente e silencioso, como no chão molhado da foto. a crise, a casa, o nosso encontro. o bruno, o pra frente, a maíra e seus olhos profundos feito leão fantasma. eu e você dividindo a rede feito primos no interior. você dividindo suas melhores histórias. e para mim, naquela hora, você não era um urso. então a sua casa, as paredes rosas, o lavoura arcaica em cima da mesa. lustres feitos a mão. a vizinha atriz. caetano na vitrola dizendo “na lua cheia tá doida, apaixonada, não sei por quem”. pepino, manjericão e chocolate..por que não? “você tem um tomate, é que eu queria comer um tomate, você tem? é assim, com um pouco de sal”. e aquilo que fazia todo sentido, perdendo o sentido. e aquilo que não fazia nenhum sentido, ganha todo.
as descobertas no carro.as gargalhadas no carro.
(as gargalhadas histéricas fazem todo o sentido!)
a conversa com o pai. o pai é árabe. o pai é humano. um humano lindo. maravilhoooso. o pai se a gente perde faz falta. o pai quando é assim a gente não perde nunca. a analista. o consultório de madeira. o seu consultório, o meu. só nos dez ultimos minutos é que se toca no assunto que realmente importa. o pai internado. o pai homem, o pai lindo, o pai viril. o pai amor.
(essa foto é na ilha do cardoso, ano novo, 2008. queria te mostrar. queria uma foto que conversasse com a sua)
bem..o livro do sponville é: o amor a solidão.
o trecho: “ser só é ser si mesmo, sem recurso, e é a verdade da existência humana. como poderiámos ser outro? como alguém poderia nos descarregar desse peso de ser si mesmo? ninguém pode viver no nosso lugar, nem morrer em nosso lugar, nem sofrer e amar em nosso lugar. é o que chamo de solidão: nada mais é que outro nome para o esforço de existir”.
Agora o mais legal: justo o trecho que eu abri do livro, o Sponville cita o Rilke!!
Rilke encontrou as palavras necessárias para dizer esse amor de que necessitamos, e de que somos tão raramente capazes: “Duas solidões que se protegem, que se completam, que se limitam e que se inclinam uma diante da outra…”
O amor não é o contrário da solidão : é a solidão compartilhada, habitada, iluminada – e às vezes, ensombrecida – pela solidão do outro.
Esse deserto, em torno de si ou do objeto amado, é o próprio amor.

1 dez, terça 14h51

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olha
ver
ão
me 

(m)olha
dom, 27 nov - 12h42

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meuouseu?


sua
palavra
sua

ou
sou a palavra
a sua soa

sopra
sópra poucos

desespérolas

2 mãos, 27 nov - dom 0h10